Nota: Antes de começar a leitura, dê uma lida neste texto e neste para compreender toda a história.
“Tique-Taque-Tique-Taque” [...] Neste silêncio ensurdecedor o
único som que prevalecia era o “tiquetatear” do relógio. A cama
estava desarruma e o Sol clareava todos os cômodos de minha casa. Sua camisa
ainda estava jogada n’um canto qualquer de meu quarto, amarrotada, virada do
avesso. Sua palavras foram amorosas porém enfraquecedoras.
Enfraqueceram-me. “Perdoe-me Fernanda, não é mais um caso de amantes.
Somos eu e você. E devemos continuar assim. Adeus” O sorriso que aparecera
em meu rosto logo quando eu acordara, desaparecera em questões de segundos.
Aliás é apenas isso que se leva. Segundos. Segundos para ler uma carta de
despedida e segundos para ver sua vida se despedaçando.
Eu fora assim tão iludida? Nosso caso de amor não teve
importância alguma? Apenas um caso de amor? Um caso de amor. Isso está errado,
deveria ser O caso de amor e não apenas mais um. Aliás éramos eu e
ele. Éramos nós. Não deveria acabar desse jeito, ele não deveria ter se
despedido desse jeito, ele não deveria ter me deixado. Não hoje, não de
novo […] Minhas mãos estavam trêmulas e meus olhos ardendo de tanto
chorar. Ontem à noite havia sido tão especial, tão reconfortante. E ele
conseguira acabar com tudo em questões de segundos. Alguém por favor me digas
qual é o meu problema? Por que, depois de tanto tempo, eu ainda continuo
encantadoramente, desesperadamente, enlouquecidamente, apaixonada por
ele? Por que, depois de tantas decepções, ele ainda continua sendo Minh
‘alma gêmea?
Isso não poderia… Eu não poderia… Ele não poderia.. Nós não
poderíamos acabar assim. Não desse jeito. Não depois de termos provados para
nós mesmo que ainda podemos continuar juntos. Que ainda poderíamos ter um caso
de amor verdadeiro […] Apesar das mãos trêmulas disco com facilidade seu número
de telefone. Não importa o que aconteça, não importa o que ele fale, eu ainda
continuarei insistindo e não… Eu não vou desistir de nós, não até ele parar de
me amar.
— Olá. — A voz fala do outro
lado da linha. Meu coração para por alguns segundos e minhas respiração se
enfraquece. Havia esquecido os efeitos que sua voz me causa.
— Lucas, Lucas, você não pode…
— … Aqui é o Lucas, no momento eu
não posso lhe atender. Você já sabe o que fazer não é mesmo? — O sinal da
caixa eletrônica apitou, meus joelhos cederam e bateram com uma força extrema
no chão. Senti minha boca ficar seca e meus pensamentos se embaralharem por
alguns segundos…
— Você não… Você não
deveria ter feito isso comigo Lucas. Não deveria ter me deixado desse jeito,
esperançosa. Se não fosse para ser, não teria sido, mas foi. Fomos eu e você,
fomos nós. E continuaremos sermos. Não importa suas tentativas idiotas de
tentarem me provar ao contrário. Eu acredito em nós e você também terá que
acreditar. Quem sabe um dia… Enquanto isso eu vou continuar me martirizando,
conversando com a sua secretária eletrônica. Eu não tenho mais medo Lucas, eu
lhe juro que não tenho. Sou somente sua, assim como você continuará sendo
somente meu. Por favor, pare de lutar contra este sentimento, para de lutar
contra mim porque, de agora em diante, eu vou começar a lutar por você. Eu
te amo.
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