quinta-feira, 15 de março de 2012

Salve-me

Estávamos apenas eu e vocês, sentados em uma mesa empoeirada daquele bar de estrada. Parecíamos dois desconhecidos, como se tivéssemos nos conhecido naquele exato instante. Nada dizíamos, nem sequer nos olhávamos olho no olho. Você perguntou ao garçom qual era a bebida mais forte que ele poderia lhe oferecer e eu fiquei apenas com a minha água com gás bem gelada. Como de costume começamos a discutir, sempre que você se irritava despejava sua ira em um copo com qualquer tipo de bebida alcoólica. Ficamos ali por mais alguns minutos até nos cansarmos de fingir que estava tudo bem. Ambos sabíamos que estávamos sendo ridículos. Sabíamos que daqui algumas horas estaríamos entrelaçados em uma cama de motel barato, daqueles que encontramos na beira da estrada, mas nenhum de nós dávamos o braço a torcer. Éramos dois filhos-da-puta orgulhosos. Saímos daquele bar e insisti para que ele deixasse com que eu dirigisse. "Neste carro somente eu dirijo". disse embaralhando as palavras. Não gostava disso, de quando ele dirigia embriagado, mas já fizera isso tantas vezes que não me importe. Ao contrário recostei um pouco o meu banco e adormeci. Quando acordei tudo estava muito confuso, não estávamos mais na estrada e ele não estava mais ao meu lado dirigindo. Ao invés disso, ele estava em uma cama de um hospital qualquer lutando pela tua própria vida. Enquanto eu, me culpava imensamente por não termos acabado entrelaçados em uma cama de motel barato.

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