quinta-feira, 15 de março de 2012

Purifica-me

“A chuva estava severa esta tarde. Indesejável por várias pessoas que foram pegas de surpresa e que corriam de volta para suas casas. Eu, por outro lado, havia desistido de correr. Queria sentir as gotas d’água escorrendo pela minha pele, provocando-me arrepios devido a gelidez e a brutalidade como estas batiam em meu ombro. Segui meu rumo escorando-me por estes muros desta rua tão fria e, de certa forma, deserta (…) Cheguei em meu destino, confesso que demorei um pouco mais do que o habitual, mas, do mesmo jeito não senti a minima vontade de entrar por àquela porta. É absurdo demais, mas aquela chuva estava mais convidativa do que meu próprio lar. “Tome um banho bem quente para não pegar um resfriado” a voz de mamãe ressoava pela minha mente. Quem se importava com um mísero resfriado? Estava amuada, cabisbaixa. Sentei-me naquela calçada úmida e senti novamente a brutalidade das gostas d’água e sussurrei: “Ó doce chuva, levas embora todo este medo e angústia. Lava-me em todos os sentidos, corpo e alma. Alma e coração”. E as lágrimas se misturaram com as gostas d’água…”

2 comentários:

  1. Parabéns pelo blog Uanna. Lindo texto! A riqueza de detalhes faz com nos entreguemos à história. bj

    dedevaneios.blogspot.com

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Obrigada pela visita e por terem me lido. Volte sempre!