segunda-feira, 19 de março de 2012

Eu, apenas eu!

O céu hoje estava cinzento. A neblina era perceptível as seis da manhã. O chão estava úmido devido as gotículas de água que caíram durante a madrugada. O parquinho logo em frente estava deserto, mais a balança insistia em se balançar sozinha. Lá na cozinha a chaleira apitava, avisando-me de que a água já estava quente e me servi de uma boa caneca de chá. Resolvi então, sentar-me naquela balança, que tanto pedia para ser balançada. O vento soprava forte e o chá aquecia meu corpo, que estava praticamente nu, provocando-me arrepios. Nunca havia parado para observar a beleza das seis e quinze da manhã, era tudo tão calmo, tão simples, tão natural, como se não precisasse de nada para tornar-se belo, acho que essa é uma das qualidades da natureza, simplicidade […] Engraçado não? Vivo há tempos neste mesmo lugar e ainda consigo me surpreender com algumas coisas. Pois bem, acho que sempre serei surpreendida. O Sol jazia há um bom tempo, mas somente agora começara a brilhar. Senti-me em paz, aliviada, como há muito não sentia. Queria sorrir para o vento, sussurrar meus segredos, gritar os meus medos. Queria colocar tudo o que eu estava sentindo aquele momento para fora, mandar meus temores para longe de mim, uma carta direcionada para o mundo. Eu precisava não sentir. “És pequena demais para decidir algo assim, és incompleta demais para não sentir.” Meu coração insistia em me provar do contrário, queria que eu amasse, que eu sentisse. Mas mal sabia ele que eu amava, mas amava demais. Sentia, mas sentia demais. E eu precisava de um tempo comigo mesma, precisava me amar mais. Havia deixado muito de mim ser esquecido, cada pedacinho, cada detalhe mínimo, estava amontoado em uma estante, toda empoeirada. Eu precisava me recuperar, recuperar este meu brilho, este meu sorriso, essa minha paz (…) O chá esfriara, assim como os meus sentimentos, e de agora em diante meus sentimentos só irão se aquecer novamente se for para sentir algo por mim mesma, apenas.

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