terça-feira, 20 de março de 2012

Luanda (Parte1)


Já passava das duas da manhã. Lá fora a chuva caía incansavelmente desde às sete da noite. E eu? Bem… Eu estava na companhia da minha taça com um pouco de vinho e com os barulhos causados por causa da chuva. Minha mente estava viajando, pensando em todas as coisas que eu deveria ter dito para você ou as coisas que eu não deveria ter tido. Queria ligar para você, queria me desculpar por todas as vezes que fui uma completa idiota, mas já estava tão tarde… Provavelmente eu te deixaria com mais raiva ainda. Mas eu queria tanto ouvir tua voz falando o meu nome ou o seu tom de voz mais bravo. Pra mim, não importava que tipo de tom você usaria, se você falasse o meu nome… Ah, se você me chamasse pelo o nome […]

-- Alô? - Sua voz ressoou pelo telefone e por alguns segundos eu esqueci de como se respirava. Eu não sabia o que falar, não me preparei para esse momento. Queria apenas ouvir a sua voz e nada mais… 
-- Oi - Respondi baixinho.
-- Fernanda? É você? - Ele disse o meu nome.
-- Sim, Lucas, sou eu.
-- O que houve? Por que está me ligando essa hora? -- Porque eu queria ouvir a tua voz. Porque eu queria te dizer que te amo e que continuo sendo sua, mesmo você não sendo mais meu.
-- Não sei… Queria conversar - Covarde! Covarde! Covarde!
-- Ok -- Ficamos em silêncio por alguns segundos, que, para mim, pareceu uma eternidade. “Queria conversar” Conversar sobre o que Fernanda? Você por acaso é alguma idiota?
-- E sobre o que você quer conversar Fernanda? -- Ele disse meu nome... Seu tom de voz já não era o mesmo. O que eu acho um pouco óbvio já que eu ligo de madrugada apenas para jogar conversa fora. 
-- Ta chovendo sabia? -- Disse me desviando do assunto. 

(Silêncio)

-- No habitual eu não me incomodaria com essa chuva. Mas não sei se você se lembra…
-- Estava chovendo desse jeito quando eu te pedi em namoro… -- Ele me interrompeu.
-- E já faz um ano. -- Eu completei. 

(Silêncio) 

Eu não sei se posso julgar esse silêncio como algo positivo ou negativo. Aliás, nunca soube decifrar esse menino. Mas isso não importava. O que importava mesmo era que ele se lembrava. Se lembrava de nós, da chuva forte e do seu pedido de namoro. 

-- Você ainda está ai? -- Me perguntou trazendo-me à tona da realidade. 
-- Estou. Eu sinto a sua falta -- Droga, droga, droga! Eu não deveria ter dito isso. 
-- Eu também sinto a sua falta -- Ele sentia a minha falta…
-- Então por que ficou ausente por todo esse tempo Lucas? Por que me deixou pensar que eu não era mais importante para você? Eu passo horas e horas pensando em ti… 
-- Fernanda, não faz isso. Por favor -- Ele me interrompeu novamente.
-- Fazer o quê Lucas? É tão difícil assim me explicar?
-- É Fernanda, é! Que droga! Será que você ainda não entendeu? Eu te amo, eu te amo mais do que eu deveria amar. Me arrependo todos os dias por ter te deixado. Mas não dá certo. Eu e você… Nós não fomos feito um para o outro, será que você não entende isso? -- Ele disse que me amava… Ele disse que me amava… Nada mais importa. Ele me ama.
-- Eu sei - Disse por fim. Eu sabia de tudo isso, só não queria acreditar - Eu também te amo Lucas.
-- Não se esqueça disso Fernanda. Não se esqueça do meu amor por você. 
-- Não me esquecerei. Lucas… Tchau.
-- Tchau Fernanda - Continue na linha por alguns segundos, numa tentativa idiota de ouvir a respiração dele. Por fim coloquei o telefone no gancho e fui dormir com um sorriso no rosto. Ele me amava. Ele disse que me amava […]

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