sábado, 31 de março de 2012

Luanda (Parte2)

Nota: Antes de começar a leitura, dê uma lida neste texto para compreender toda a história.
Já estava anoitecendo e, pela primeira vez, em tanto tempo, consegui aproveitar o meu dia para fazer algo para mim, apenas para mim. Não consigo me lembrar a última vez que sai de casa para fazer compras, ou tomar o meu café da manhã naquela minha cafeteria preferida. Nos últimos dias, ou melhor, nos últimos meses, eu vivia de comida congelada e de roupas do ano passado. Mas, há duas semanas atrás, fui libertada de todas as minhas angustias e incertezas. Há duas semanas atrás eu pude dizer em alto e bom som que ele me amava (…) Servi-me de uma boa taça de vinho - um vício que eu havia adquirido há alguns meses - liguei o meu toca disco e afundei-me em meu sofá. A campainha soou e, por um momento me irritei por ter que me desfazer de toda àquela paz. Levantei-me e fui até a porta […]


(Silêncio) 

- Olá Fernanda. - Lá estava ele, com sua calça jeans preta surrada, sua camiseta azul Royal - minha predileta - pois esta destacavam teus olhos azuis - teu cabelo estava todo desgrenhado, com alguns fios jogados em sua testa. E teu sorriso torto. Ah… aquele sorriso…
- Lu…Lucas? O que está fazendo aqui? - Idiota! Será que você não consegue ter uma conversa sem gaguejar? 
- Estava pela vizinhança. - Ele disse sem graça. - Posso entrar? 
Abri o caminho para que ele pudesse entrar. Meu coração estava em disparada e minha boca totalmente seca. Fiz um sinal para que ele se sentasse em meu sofá e assim o fez. 
- Vejo que continua com esse seu hábito. - Disse olhando para a taça de vinho. Droga! Esqueci-me desse vinho. 
- Sim, continuo. Sei que não gostas, mas o vinho me acalma. - Disse sentando-me em uma cadeira de frente para o sofá. 
- Não estou te julgando Fernanda, não tomo mais as decisões por ti, não faço mais parte da tua vida. - Errado! Até parece que você não sabe que todas as decisões que tomo é pensando em você, pensando se você aprovaria e o que diria para mim caso fizesse alguma coisa estúpida. É você quem decide se meu coração continua a bombear o sangue em meu corpo ou se ele desiste de tudo e “morre”. Você está errado Lucas, completamente errado. Porque você é a minha vida. 
- Eu sei disso Lucas. Não estava tentando me explicar nem nada… Aliás, para que você veio mesmo? 

(Silêncio) 

Tamborilei meus dedos na escravinha de madeira e dei um gole em meu vinho. Vi teus olhos sendo guiados pela taça até a minha boca e pude perceber a irritação dele vindo à tona. 

- Lucas? O que você está fazendo aqui? - Disse tirando sua atenção de meu vinho. 
- Como eu disse. Estava pela vizinhança. 
- Apenas isso? 
- E me deu uma vontade imensa de te ver. - O que ele queria dizer com isso? 
- Bem.. Cá estou eu, viva, com o coração batendo e a pele ainda quente. Já me viu não é mesmo? - Disse levantando-me. 
- Por que você está falando desse jeito? - Perguntou intrigado. 
- Porque você não faz mais parte da minha vida, lembra-se? - Desviei o olhar para o meu toca disco que há pouco havia deixado de tocar aquela melodia tão dramática. Ele se aproximou e me obrigou a olhar para ele.
- Não diga isso Fernanda, por favor. Eu não posso, ou melhor, eu não quero mais fazer parte da tua vida. Não quero que você fique pelos cantos, sonhando comigo, com nós. Eu só… Eu só não quero mais.
- Então me beija. - Disse atordoada, jogando as palavras com força contra ele. Ele, por outro lado, me olhou sem jeito, hesitante. - Será que você não percebe? Eu sou sua, completamente sua e, querendo ou não, você sempre será meu. Não podes negar isso Lucas…
- Fernanda… 
- Cala a boca Lucas. - Disse interrompendo-o. - Você sabe disso. Sabe o quanto eu te amo e como eu te desejo todos os dias. - Ele desviou seu olhar e deu um passo para trás. Lhe obriguei a olhar para mim novamente e pressionei meu corpo contra o dele. - Me beija Lucas. E se você ainda quiser viver desse jeito, separados, eu vou entender. Mas, se por algum acaso… 

E ele me beijou. Minha respiração parou de repente e minhas pernas amoleceram. Ele me segurou pela cintura e me jogou no sofá. Ele me beijava com intensidade, seus lábios em sincronia com os meus, sua língua a procura da minha, suas mãos pelo meu corpo, como se já conhecesse cada parte dele. Seus lábios passearam pelo meu corpo, ora em meu pescoço, ora em meu busto, provocando-me arrepios. Ficamos assim até o amanhecer, dois corpos se transformando apenas em um. Duas pessoas, loucamente apaixonadas, provando para elas mesmas que um ainda pertencia ao outro. 

2 comentários:

  1. Olá, localizei seu blog no Blogosfera e gostei muito, tanto que já o sigo. Convido-lhe visitar e seguir o meu, o que será uma honra.
    http://vendedordeilusao.blogspot.com

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  2. Visitando e seguindo, depois volto com mais tempo para destrinchar todos os seus contos e postagens.

    Beijos e até breve.
    Viviane

    http://vivianeblood.blogspot.com/2012/04/resenha-promo-como-num-contos-de-fadas.html

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Obrigada pela visita e por terem me lido. Volte sempre!